Análise: Chaveiros Super Micro da HyperMegaTech – Divertidos, mas com Defeitos Básicos

Redação
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Através de suas linhas Evercade e HyperMegaTech, a fabricante britânica Blaze tem se destacado não só em preservar os jogos retro, mas também em torná-los financeiramente viáveis em uma época em que a maioria dos jogadores está imersa em consoles da Nintendo, Sony e Microsoft ou jogando no PC. A coleção Evercade trouxe uma grande variedade de carts físicas, e seu hardware se expandiu para incluir handhelds, consoles e até máquinas de arcade de mesa. Paralelamente, a sub-marca HyperMegaTech lançou a série Super Pocket, que é compatível com Evercade e vem com jogos pré-carregados de clássicos como Atari, Capcom, Data East e Taito.

Até aqui, tudo em ordem — mas o anúncio da Blaze sobre dispositivos de jogos em chaveiros para 2025 fez minha confiança vacilar. Esses sistemas de jogos em miniatura não são exatamente uma novidade, e ainda tenho traumas de tentar jogar em handhelds de LCD de baixa qualidade décadas atrás. Entretanto, ao finalmente colocar as mãos no Super Micro, que custa cerca de R$ 150, meu ceticismo diminuiu um pouco; não estou completamente convencido de que eu compraria um para mim, mas também não posso afirmar com certeza que não há público para isso.

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Antes de mergulharmos nos detalhes, vamos falar sobre o que esses dispositivos pequenos realmente oferecem. A linha Super Micro conta com quatro produtos, cada um deles alimentado por três pilhas AAA (que não estão inclusas), com um chaveiro de rápido desengate e uma tela TFT RGB de 2 polegadas, apresentando uma resolução de 240×320 pixels. Na parte superior, há um interruptor de energia, um botão de volume na lateral esquerda e um único alto-falante na parte de trás. Os controles são compostos por dois botões de ação e um D-pad, além dos botões ‘Start’ e ‘Select’ (sendo este último ‘Reset’ no Super Micro de Space Invaders).

O Super Micro de Space Invaders traz apenas um jogo: uma versão colorida bem peculiar do clássico de 1978 da Taito. O visual é aceitável (exceto pela proporção incorreta), mas o áudio deixa muito a desejar — os sons icônicos da versão de arcade estão ausentes, substituídos por piados desagradáveis e desarmoniosos. Não que o som original fosse relaxante, mas aquelas músicas têm um legado por trás.

Quando um produto busca explorar a nostalgia, é estranho que traga uma versão de Space Invaders que foi adaptada especificamente para ele. O jogo até funciona, mas não é a experiência genuína que esperávamos — e para piorar, ele não salva sua pontuação mais alta ao desligá-lo. O Super Micro de Centipede inclui o jogo titular junto com Millipede e Crystal Castles. Centipede é a versão do 7800, enquanto Millipede e Crystal Castles são portados do 2600. O Super Micro de Asteroids apresenta Asteroids (7800), Gravitar (2600) e Yar’s Revenge (2600). Por fim, o Super Micro de BurgerTime traz o jogo homônimo, Karate Champ e Side Pocket, todos portados do NES.

Quando a linha Super Micro foi apresentada, muitos torceram o nariz para os jogos escolhidos — e essa crítica ainda é válida. Com exceção talvez do Space Invaders (que, como já discutimos, não é o original), nenhum dos títulos me empolga particularmente. Não me interpretem mal, eu adoro Asteroids, BurgerTime e Centipede, mas o problema é que as versões selecionadas não são as melhores disponíveis.

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Dito isso, o hardware em si é bem construído. Uma vez que você se acostuma com a tela pequena e o áudio fraco, o design do Super Micro é bastante atraente. O d-pad e os botões são responsivos, e o tamanho compacto do dispositivo torna-o realmente amigável para carregar no bolso — embora pessoas com mãos maiores possam achar um pouco desconfortável.

No entanto, como conceito, isso parece totalmente compensado para mim. É comercializado como um chaveiro, mas dudo que alguém realmente queira pendurar isso nas chaves. Primeiro, é muito grande, e segundo, suas chaves iriam arranhar a parte plástica do dispositivo, arruinando esse (na verdade, modesto) investimento. Talvez a Blaze veja isso mais como algo para se pendurar na mochila para uma jogatina casual, mas isso me deixaria sempre preocupado com o risco de roubo ou de molhar na chuva. A linha Super Micro é fofa, mas, fundamentalmente, não faz muito sentido — pelo menos para mim.

Acredito que, com seu design vibrante, títulos reconhecíveis e preço acessível, o Super Micro certamente irá se encontrar em muitas meias de Natal neste fim de ano — e, levando em conta o preço, há um certo valor de entretenimento aqui. Infelizmente, ainda não estou convencido de que seja um investimento válido — especialmente porque a linha Super Pocket, muito superior, representa uma opção mais sensata ao custo de R$ 250 e oferece acesso ao ecossistema de cartuchos Evercade.

Design fofo e atraente
Divertido em pequenas doses

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Esses jogos não são atraentes o suficiente, na minha opinião
Space Invaders nem é a versão de arcade
O alto-falante é fraco
Se usado como chaveiro, será danificado rapidamente

Classificação média 5/10

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