O compositor de Final Fantasy, Nobuo Uematsu, é um dos nomes mais renomados no universo da música de videogames, tendo construído sua fama com trilhas sonoras verdadeiramente icônicas. Embora Uematsu esteja provavelmente em um momento de transição em sua carreira, sua opinião ainda carrega um peso significativo. Para aqueles que criticam a inteligência artificial generativa, é gratificante saber que a lenda de Final Fantasy não tem interesse em explorar essa tecnologia polêmica.
“Nunca usei IA e provavelmente nunca usarei,” afirma em uma entrevista à JASRAC Magazine, citada pela Automaton Media. “Acho que ainda é mais gratificante passar pelas dificuldades de criar algo por conta própria. Quando você escuta música, a diversão também está em descobrir o contexto da pessoa que a criou, certo? No entanto, a IA não possui esse tipo de bagagem. Mesmo nas apresentações ao vivo, a música criada por humanos é instável e cada um a interpreta de maneira única. E é justamente essas oscilações e imperfeições que tornam tudo tão satisfatório.”
Os comentários de Uematsu surgem em um momento em que o mundo criativo está em uma encruzilhada. Empresas como OpenAI, Google e Meta estão promovendo a inteligência artificial generativa como uma ferramenta para ajudar na produção de imagens, vídeos e áudios, mas os críticos condenam essa tecnologia, pois ela é treinada em conteúdos criados por humanos, muitas vezes sem permissão. O conteúdo gerado por IA, então, compete diretamente com os criadores humanos que ajudaram a alimentá-la.
Como Uematsu menciona, muitos defendem que simplesmente digitar uma instrução não é um ato de criação válido, certamente não da mesma forma que um ser humano pode produzir uma peça musical baseada em múltiplas influências ou nas emoções que sente em um determinado momento. Recentemente, Uematsu se afastou da produção de música para jogos em tempo integral, mas admite que sua agenda continua cheia graças a um novo álbum e uma série de apresentações ao vivo.
“Eu acho que estou mais ocupado do que nunca,” ele conta à JASRAC. “Se eu não estiver trabalhando todos os dias, acabo sentindo que não vou acordar no dia seguinte. Aqueles que já lutaram para ganhar a vida provavelmente sempre serão assim.”
