O co-autor do clássico Deus Ex, Austin Grossman, expressou sua insatisfação em relação a Elon Musk, o homem mais rico do mundo, e revelou seu desconforto ao saber que Musk considera o jogo um de seus favoritos. Durante uma conversa com a PC Gamer, Grossman, que escreveu o jogo original de 2000 ao lado de Sheldon Pacotti e Chris Todd, destacou que o CEO da Tesla e do X parece ter perdido completamente o cerne da mensagem que o jogo transmite.
Deus Ex aborda temas como o que significa ser humano e a supervisão e controle por meio da tecnologia – questões nas quais Musk está pessoalmente envolvido com sua empresa Neuralink (que se especializa em interfaces cérebro-computador) e a rede social X, a qual utiliza um chatbot chamado Grok, que tem sido criticado recentemente por reproduzir as opiniões políticas de Musk. “Essa carga política e a sátira social são um verdadeiro elo comum entre Deus Ex e Dishonored,” diz Grossman à PC Gamer, referindo-se aos temas do jogo e ao apreço de Musk por ele. “É algo que Elon Musk parece gostar de forma estranha. É uma visão de mundo que se encaixa de maneira bizarra em Musk. Talvez seja esse o seu mais longo e terrível legado.”
Olhando para a perspectiva de Musk, Grossman sugere que ele se vê como JC Denton, o agente de combate ao terrorismo que o jogador controla no jogo. “É estranho que Elon Musk não reconheça sua verdadeira posição no universo de Deus Ex, pois definitivamente não está na pele de JC Denton,” acrescenta.
Grossman também menciona uma entrevista anterior com o The Independent, onde confessa que “provavelmente exagerei na minha crítica a Elon Musk. Honestamente, espero que ele nunca me pesquise, porque posso acabar mal.” Nesse mesmo bate-papo, o escritor comentou que “Musk claramente se imagina como o JC Denton deste mundo – um cara comum, enfrentando as elites. Como é evidente para todos, Musk é quem detém o poder e parece ser patologicamente incapaz de uma auto-reflexão honesta. Eu diria que Musk é como um vilão de Deus Ex, exceto que a franquia não possui vilões tão chorões e delirantes quanto ele tem se mostrado.”
