O músico alemão de eletro-pop Remute anunciou que está deixando o Spotify devido ao recente investimento do CEO na fabricante de drones alemã Helsing, os “bot-playlists” e o que chamou de uma “acumulação de toxicidade” em torno da plataforma.
Se você costuma acompanhar os lançamentos retro, certamente já se deparou com o trabalho de Remute. O artista eletrônico tem sido bastante produtivo na última década, lançando sua música em uma variedade de plataformas interessantes, incluindo vários consoles de videogame antigos e computadores, como Sega Mega Drive/Genesis, SNES, N64, PC Engine/TurboGrafx-16, Nintendo Game Boy e Commodore Amiga.
Esse estilo único de distribuição de música frequentemente atraiu atenção online, resultando em diversos artigos sobre o artista e sua abordagem refrescante e muitas vezes incomum.
Historicamente, Remute vendeu sua música principalmente de forma física em websites como Bandcamp, mas, aparentemente, para atender a uma pequena parte de sua base de fãs, ele começou a disponibilizar sua música através do Spotify, permitindo que aqueles que não podiam comprar mídias físicas também tivessem acesso a seu som.
Recentemente, Remute divulgou uma declaração longa e contundente no Twitter, onde anunciou sua saída da plataforma e criticou o serviço de streaming por uma série de ações questionáveis que ele considera inaceitáveis.
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Entre essas ações, estão os €600 milhões investidos pelo CEO do Spotify, Daniel Ek, na empresa alemã Helsing, que se especializa em drones de ataque com inteligência artificial, o que também levou outros músicos a deixar a plataforma em protesto. Além disso, o crescimento dos “bot-playlists” e da música gerada por IA na plataforma é um problema que ele acredita que a equipe do Spotify não está lidando adequadamente.
Os bot playlists são uma questão recorrente no Spotify, pois são listas criadas por pessoas mal-intencionadas para inflacionar artificialmente o número de vezes que uma música é reproduzida, podendo resultar em multas ou remoção da música de artistas que forem considerados responsáveis.
Houve relatos de casos em que artistas inocentes tiveram suas músicas adicionadas inadvertidamente a essas playlists, o que pode gerar problemas com a equipe de moderação do Spotify.
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Na declaração, Remute alegou que essa situação ocorreu com ele recentemente, com o Spotify acusando-o de manipulação de streams e ameaçando cobrar taxas como punição. Em resposta, ele decidiu retirar toda a sua música do Spotify e passará a distribuir exclusivamente pelo Bandcamp e outras lojas de música e jogos.
“Infelizmente, preciso remover minha música do Spotify novamente, pois não apoio a exploração, a guerra e práticas comerciais obscuras,” escreveu Remute na rede social. “Como a cobrança de taxas infundadas a artistas independentes e a acusação de fraude e reprodução falsa. Isso acabou de acontecer comigo e me sinto profundamente ofendido.
“Meu novo álbum ‘Remute²‘ está fazendo muito sucesso e causou um aumento significativo de reproduções e ouvintes no Spotify. Mas, de alguma forma, minha popularidade parece ‘falsa’ para a equipe do Spotify, que ameaça me cobrar xxxx $ dessas taxas de fraude! Parece haver um enorme problema com bot-playlists e música gerada por IA no Spotify, e, em vez de cuidar desse problema, a equipe do Spotify culpa os artistas e as gravadoras, literalmente disposta a levá-los à falência. Em palavras simples: é nojento e desonroso, e não aguento mais essa acumulação de toxicidade.”
Você pode ler a declaração completa em outros lugares.
