Em uma recente entrevista com o podcaster americano Lex Fridman, Dan Houser, cofundador da Rockstar Games e ex-roteirista da série Grand Theft Auto, compartilhou suas percepções sobre o porquê de Londres nunca mais voltar a ser um cenário na franquia. Desde que saiu da Rockstar em 2020, suas opiniões têm gerado muito debate entre os fãs.
Se você conhece a história de Grand Theft Auto, já deve saber que a maioria dos jogos da série se passa nas mesmas três localidades que foram apresentadas no título original — San Andreas, Vice City e Liberty City — cada uma delas satirizando, respectivamente, Los Angeles, Miami e Nova Iorque. Contudo, já houve algumas exceções, como em Grand Theft Auto 2, que se desenrolava na Anywhere City, USA, e as expansões de GTA London, ambientadas na capital britânica. Isso gerou um desejo entre os fãs de ver a desenvolvedora e seus estúdios explorarem novos horizontes, ampliando a visão distorcida que a série tem do mundo real, ou talvez até revisitando a charmosa Londres.
No entanto, durante a conversa com Fridman, Houser afirmou que isso é pouco provável de acontecer novamente, uma vez que os criadores da série aceitaram que o cenário americano é fundamental para a identidade da franquia. “Para um jogo completo de GTA, sempre decidimos que havia tanta Americana inerente à propriedade intelectual que seria realmente difícil fazê-lo funcionar em Londres ou em qualquer outro lugar,” revelou Houser. “Você precisa de armas, de personagens maiores que a vida. O jogo é predominantemente sobre a América, talvez pela perspectiva de um outsider, mas isso é parte da essência do que somos.”
Curiosamente, a explicação de Houser não se limita apenas a justificar por que Londres não se tornou um cenário novamente, mas também apoia o que ouvimos anteriormente sobre a razão pela qual muitos dos projetos de GTA que se passariam fora dos EUA, como GTA Berlin, GTA Tokyo e GTA Bogotá, acabaram não se concretizando. Conversamos com várias fontes que trabalharam na Rockstar Games para entender o que aconteceu com esses projetos, e um ex-empregado da Rockstar Nova Iorque comentou sobre o GTA Tokyo, em 2024, que era complicado imaginar “o que poderia funcionar narrativamente de maneira adequada naquela cidade”, se comparado às três áreas já consolidadas.
“Grand Theft Auto: Tokyo foi uma das cidades consideradas naquela época. Sam estava bem mergulhado na cena de Tóquio. Ele havia acabado de lançar o GTA III e estavam viajando muito para lá para promover o jogo. Parecia uma cidade legal e interessante para ambientar, mas, no final das contas, tudo se resumiu a questões logísticas. Levar a equipe de pesquisa para lá por tempo suficiente para mapear a cidade e, além disso, a sátira cultural em termos do que poderia funcionar narrativamente. Conectar esses pontos era um desafio e achamos que era mais interessante ficar com as cidades do primeiro Grand Theft Auto.”
E você, o que acha disso? Fica triste com a possibilidade de Londres estar fora dos planos para um futuro GTA? Ou compreende a lógica por trás disso? Compartilhe sua opinião conosco!
