Quando a Nintendo garantiu exclusividade para o console doméstico de Street Fighter 2 no início dos anos 90, isso gerou um verdadeiro impacto no mundo dos games. O icônico jogo de luta da Capcom era, sem sombra de dúvidas, o mais popular da época, e qualquer sistema que conseguisse o primeiro port estaria em vantagem colossal – é bem provável que muita gente tenha adquirido o SNES apenas para jogar essa obra-prima.
Porém, segundo Steve Garwood, ex-presidente da Turbo Technologies, Inc. e da Turbo Zone Direct, Street Fighter 2 quase foi exclusivo do TurboGrafx-16. A TTI era uma joint venture entre a NEC, criadora do PC Engine, e a Hudson, com a missão de distribuir o console na América do Norte sob a marca TurboGrafx-16. A Turbo Zone Direct, por outro lado, foi criada para supervisionar a distribuição do TurboGrafx-16, Turbo Duo e Turbo Express na região após a TTI se afastar do mercado.
Em uma conversa com o Retro Game Club, Garwood revelou que a TTI teve a oportunidade de garantir Street Fighter 2 para seu console, mas, na época em que as negociações estavam em andamento, a equipe no Japão já estava planejando uma retirada da América do Norte devido às vendas decepcionantes da linha TurboGrafx. “Deveria ter sido nosso,” afirma Garwood. “Estava praticamente na nossa mão. Seria uma exclusividade Turbo. Estivemos tão perto de conseguir. Isso teria sido enorme.”
Street Fighter 2 foi lançado no hardware da NEC e da Hudson, mas somente no Japão; o PC Engine recebeu uma versão atualizada, o Street Fighter II: Champion Edition, em junho de 1993. Para contextualizar, o port para SNES do jogo original saiu em junho de 1992 no Japão e em julho de 1992 na América do Norte. Portanto, considerando o período, pode ser que Garwood esteja se referindo à exclusividade da Champion Edition, que também foi lançada no Sega Genesis em setembro de 1993 como Special Champion Edition, e não à versão original do jogo. Afinal, já faz um tempinho desde que isso ocorreu.
O episódio completo do podcast vale muito a pena ser conferido.
