Imagine a cena: estamos em 1988, e a Sega acaba de lançar o Mega Drive no Japão, um console que representa uma séria ameaça técnica ao já envelhecido Nintendo Famicom e ao relativamente novo PC Engine, que havia chegado ao mercado no ano anterior. Para resguardar sua significativa fatia de mercado no Japão, a NEC e a Hudson Soft, responsáveis pelo PC Engine (conhecido como TurboGrafx-16 na América do Norte), decidiram agir. O resultado foi o SuperGrafx, inicialmente apresentado como um sucessor do PC Engine existente.
Com quatro vezes mais RAM para o processador HuC6280A de 8 bits, o SuperGrafx também contava com um chip gráfico HuC6270A de 16 bits, que incluía sua própria RAM de vídeo. Graças a isso, o SuperGrafx podia exibir o dobro de sprites na tela em relação ao PC Engine e suportava duas camadas de fundo que se moviam independentemente. Infelizmente, o SuperGrafx foi um fracasso comercial, com vendas de apenas 75.000 unidades antes da NEC desistir do projeto e retornar ao foco no PC Engine básico e seu acessório de CD-ROM. Embora seja compatível com os HuCards do PC Engine, apenas seis jogos para SuperGrafx foram lançados: 1941: Counter Attack, Aldynes, Battle Ace, Daimakaimura, Madö King Granzört e Darius Plus. O ambicioso acessório ‘Power Console’, que prometia um joystick de oito direções, manche de voo, aceleração e um LCD embutido, foi cancelado.
Com efeitos de paralaxe impressionantes, cenários detalhados e sprites enormes, a demo tecnológica de In The Hunt, criada por Kaminarimon, nos mostra o que a geração de 16 bits perdeu com o fim precoce do SuperGrafx. O SuperGrafx é considerado um beco sem saída tecnológico, mas, como destacado por Genesis8141, há desenvolvedores que ainda trabalham nele, ansiosos para mostrar seu potencial não realizado.
“Com efeitos de paralaxe lindos, cenários detalhados e sprites enormes, esta demo técnica de In The Hunt por Kaminarimon revela o que a geração de 16 bits perdeu com o término prematuro do SuperGrafx,” diz Genesis8141, compartilhando um breve clipe do trabalho de Kaminarimon nas redes sociais. É importante destacar que se trata apenas de uma demonstração gráfica e não reflete como o jogo funcionaria no infeliz sistema da NEC se fosse totalmente desenvolvido, mas é difícil não se impressionar com os fundos detalhados e os suaves efeitos de paralaxe.
Além disso, vale mencionar que, mesmo em hardwares superiores como o PS1 e o Saturn, In the Hunt (também conhecido como Kaitei Daisensou) enfrenta problemas de lentidão; até mesmo o arcade original sofre em momentos mais agitados. É difícil imaginar que o SuperGrafx conseguiria comportar uma versão completa do jogo. Apesar disso, nada disso diminui a qualidade da demo incrível de Kaminarimon, que você pode conferir abaixo.
