Final Fantasy Tactics é um dos jogos mais elogiados da longa série da Square Enix e sem dúvida um dos melhores títulos do PS1. Recentemente, a confirmação de que o clássico de 32 bits ganhará uma remasterização para sistemas modernos deixou os fãs muito empolgados.
Kazutoyo Maehiro, diretor de Final Fantasy Tactics – The Ivalice Chronicles, participou de uma entrevista sobre o jogo e fez uma admissão infeliz. Quando questionado sobre qual foi o maior desafio na criação dessa remasterização, Maehiro respondeu:
“Houve uma série de desafios importantes, mas todos eles se originaram do fato de que os dados originais e o código-fonte do jogo não existem mais.”
Como era de se esperar, essa revelação não foi bem recebida por alguns membros da comunidade gamer, que demonstraram sua frustração nas redes sociais.
É claro que a preservação dos jogos é algo sobre o qual as pessoas são muito apaixonadas, e com razão. Assim como qualquer forma de arte, a história dos games merece ser tratada com o máximo respeito, ou corremos o risco de perdê-la para sempre. Contudo, como Maehiro observa, o fato de a Square Enix não ter mais o código-fonte de Final Fantasy Tactics não se deve a descaso; era apenas a realidade da época:
“Isso não significa que eles foram mal gerenciados ou negligenciados – manter esse tipo de dado não era uma prática comum naquela época. Naqueles dias, não possuíamos as ferramentas de gerenciamento de recursos robustas que existem hoje. Além disso, o fluxo de produção do jogo era tal que a versão japonesa era criada primeiro, e depois localizávamos para outras línguas, como o inglês, sobrescrevendo os dados. Também não havia patches ou atualizações online, então, a menos que houvesse uma razão significativa para fazer algo diferente, uma vez que o jogo estava pronto, era isso.”
De fato, a Square Enix não é a única empresa que enfrenta esse problema; a Sega também não possui o código-fonte de muitos de seus clássicos do passado, incluindo Panzer Dragoon Saga. Para contornar essa situação, Maehiro e sua equipe recorreram à “força bruta” para criar The Ivalice Chronicles:
“Analisamos várias versões existentes do jogo e reconstruímos a programação do original, mas houve momentos em que jogamos o jogo original e o entendemos pela intuição… O processo foi o resultado de um trabalho acumulado – por um lado, trabalhamos para implementar novas funcionalidades, enquanto nos bastidores, nosso trabalho se assemelhava a portar um antigo jogo de arcade para o NES. A equipe que trabalhou neste jogo foi realmente essencial. Não posso agradecê-los o suficiente.”