O site de mídia perdida chamado Games That Weren’t trouxe um presente de Natal antecipado para os fãs de Resident Evil: a “versão final” do port nunca lançado de Resident Evil para o Game Boy Color, criado pela HotGen e Fluid Studios. Anteriormente, em 2011, duas versões tinham sido recuperadas (por Kiff Storey e Bowker), mas nenhuma delas chegou a ser finalizada. Assim, espera-se que esta nova versão permita que os jogadores consigam vencer o jogo de uma vez por todas. Até o momento, o Games That Weren’t informou que há alguns sinais promissores, como a presença do Tyrant no final, e a sequência final parece ser acionável, ao contrário das versões anteriores. No entanto, “devido a limitações de tempo”, ainda não foi possível testá-la em um jogo legítimo.
Embora o Game Boy Color tenha finalmente recebido um título da franquia Resident Evil na forma do spin-off em visão top-down, Resident Evil Gaiden, desenvolvido pela M4 em 2000, essa versão do jogo sempre gerou curiosidade e especulação entre os fãs. É fácil entender o porquê: as tentativas ambiciosas de reproduzir os ambientes 3D do jogo de 32 bits usando gráficos 2D eram realmente fascinantes.
A primeira grande atualização de Natal é essa incrível recuperação da versão final de Resident Evil no Game Boy Color. A conversão impressionante da HotGen que, infelizmente, foi cancelada. Agora, com essa versão mais próxima da finalização, há muito mais a ser descoberto!
O que sabemos até agora é que o projeto surgiu de conversas entre a Capcom, a Virgin e a desenvolvedora londrina HotGen Studios — cofundada por Fergus McGovern, da Probe Entertainment — em colaboração com a Fluid Studios, liderada por Jon Oldham, ex-produtor da Ocean Software. A alguns anos, conversamos com Oldham sobre o projeto: “Fergus McGovern, que era um bom amigo, me procurou para tentar realizar Resident Evil no Game Boy. A Fluid Studios, com Nigel Speight, criou o jogo inteiro com uma perspectiva 3D forçada; funcionou e estava pronto para teste. Aparentemente, Mikami disse que não era viável e se recusou a permitir que o jogo fosse finalizado. Todos nós recebemos nossos pagamentos, mas ele nunca saiu do papel. Eu participei do fechamento do contrato e da gestão do projeto, mas quem poderia falar melhor sobre isso seria o Nigel. Não sei o que ele anda fazendo hoje em dia.”
Na época em que tentamos conversar com Speight sobre o projeto, não tivemos sucesso. Mas, felizmente, o Games That Weren’t conseguiu coletar algumas memórias do programador sobre o jogo cancelado.
“Se não me engano, diria que o jogo estava cerca de 75-85% completo. Originalmente, o jogo deveria representar cerca de 35% da versão original do PlayStation e planejávamos alongar a história para reutilizar os ambientes. Contudo, com o tempo, a Virgin começou a aumentar o tamanho do cartucho, pedindo mais conteúdos do jogo original. Se bem me lembro, criei um editor que alinhava os elementos 3D às telas e objetos, e acho que a última versão que fizemos não incluía a quantidade final de conteúdo que eu e o artista Martin Smith criamos.”
De acordo com o Games That Weren’t, Smith era responsável pelos fundos do jogo, enquanto Simon Butler cuidava do trabalho com sprites. Um programador assistente, chamado Pete Frith, também participou do projeto. Em 2020, Frith comentou com o Games That Weren’t que imaginava que a conclusão do jogo fosse mais próxima de 98% do que 75-85%, corroborando as justificativas de Oldham para o cancelamento do projeto.
Você pode ler o artigo principal do Games That Weren’t sobre essa descoberta, onde encontrará também o link para o ROM.
