As demissões não são uma novidade na indústria dos jogos, e nos últimos anos, muitos estúdios tiveram que demitir funcionários ou fechar suas portas completamente. Atualmente, o setor enfrenta um momento desafiador, e nenhuma empresa está a salvo disso, nem mesmo a Microsoft.
Recentemente, a empresa responsável pela marca Xbox anunciou cortes bastante impactantes. Segundo informações de um site especializado, o desenvolvimento de Perfect Dark foi cancelado e o estúdio responsável pela produção foi fechado; também, o projeto Everwild foi arquivado na Rare, e a Turn 10 Studios teve a redução de 50% de sua equipe, além de diversos outros projetos não anunciados serem cancelados dentro do portfólio da Xbox.
Além disso, profissionais destacados como Gregg Mayles (designer de Donkey Kong Country e um dos integrantes mais antigos da Rare), Louise O’Connor e Wil Overton foram demitidos, parte de um corte que afetou 9.000 colaboradores dentro do ecossistema da Microsoft.
Essas mudanças certamente representam uma forte decepção para a Xbox e seus fãs. Contudo, há quem considere que isso simboliza mais do que apenas uma redução de custos em resposta a uma indústria em declínio — pode indicar uma transformação na própria marca Xbox.
Um especialista do setor afirma que o projeto Xbox falhou, levando a empresa a se posicionar como uma editora de jogos de terceiros, embora ainda mantenha sua presença no mercado de consoles e serviços de assinatura. A colaboração com a Asus para o desenvolvimento de um console portátil e a nova estratégia focada em Windows sinalizam um compromisso diferente do que era anteriormente.
De acordo com essa análise, a nova Xbox é agora a responsável por grandes franquias como Call of Duty, Candy Crush, Minecraft e Halo, que estão acessíveis em praticamente todas as plataformas, incluindo o serviço de assinatura da própria Microsoft. Esse novo foco remodela completamente a identidade da Xbox.
No entanto, a antiga Xbox ainda está presente. Há 15 ou 20 anos, a Xbox era reconhecida por títulos como Gears of War e Halo. Em 2025, ainda possui esses jogos, mas a essência da empresa agora mudou radicalmente, deslocando-se para uma nova direção.
Quando a Microsoft introduziu a Xbox em 2001, havia a expectativa de que a empresa dominasse o mercado por meio de aquisições. O console original, apesar de poderoso, chegou um pouco tarde para competir efetivamente com o PS2, mas o Xbox 360 conseguiu rivalizar diretamente com o PS3, criando uma base forte de fãs. No entanto, a arrogância da Microsoft resultou na falha do Xbox One, que teve um lançamento conturbado e nunca conseguiu se recuperar em relação ao PS4.
Na atual geração, a Microsoft adotou uma abordagem diferente ao oferecer dois sistemas — o Series X e Series S — para atingir um público mais amplo. Também apostou forte no serviço Game Pass, que disponibiliza jogos de primeira linha no lançamento. Embora os rendimentos da Xbox estejam em uma boa posição, as vendas de hardware caíram, o que explica a busca por medidas de redução de custos, ainda que isso tenha levado ao cancelamento de títulos promissores e demissões.